03/07/21

É que sou humano…

 As minhas pontas à mostra 

Todas padecem de amarras.


Do lado de dentro,

Sou desobediência em fúria

Sou fronteira sem controle migratório

Sou janela defronte à rua, em descuido

Sou vento frio e violento despetalando flores.


Sou promessa sem pressa

Sou amante impotente

Sou voto de lealdade sussurrado à porta do ouvido

Sou noite fresca de descanso depois do trabalho

Sou solidão permanente

Sou também, um estádio inteiro de esperança, pelo que não se sabe se virá.


(15 jan. 2020)